Um homem de 29 anos, foi ontem decapitado pela explosão acidental de uma vela de dinamite, numa pedreira de Vila Pouca de Aguiar.A vítima, Cláudio Artur, Carvalho Vilela, solteiro, residente em Leirós, freguesia de S. Tomé do Castelo, era manobrador de máquinas na pedreira do Tronquilho, em Barrela de Jales, Vila Pouca de Aguiar, mas estava a dar uma ajuda ao estanqueiro a colocar velas de gelamonite nos buracos.
A causa deste fatídico acidente de trabalho ainda não está claramente apurada, mas alguns colegas da vítima contaram ao Correio da Manhã que Cláudio Vilela terá escorregado, quando andava a pôr giestas sobre os buracos dos explosivos, para evitar a dispersão de pequenas pedras, o que terá provocado uma ignição no detonador e o consequente rebentamento.
A violência da explosão atingiu a zona do peito e da cabeça, provocando morte imediata. “Estava todo queimado, negro no peito e com a cabeça quase desfeita” disse ao CM, um familiar do operário, que trabalhava para a firma Graniferreira, sediada em Vila Real.
Em Leirós, a morte de Cláudio Vilela provocou uma onda de consternação junto da população. Elisa Lopes, tia do falecido, banhada em lágrimas, era a imagem da dor e luto que atingiu toda a família.
“O Cláudio era um bom rapaz e sempre pronto para tudo. Muito educado e ajudava toda a gente. Deus parece que só leva os bons”, disse a familiar.
Ao lado do seu café, ainda estava o Ford Escort branco da vítima que habitualmente ali o deixava quando ia trabalhar para as pedreiras.
Luís Correia, elemento da Junta de Freguesia de S. Tomé do Castelo, contou ao CM que “o Cláudio era manobrador de máquinas, e que estava apenas há cerca de dois meses na empresa”.
“Antes trabalhou cinco anos numa empresa de transformação e corte de granitos como encarregado. Era um homem muito habilidoso. No próximo mês iria para a Brivel trabalhar”, acrescentou.
No terreno, a Inspecção-Geral de Trabalho e uma Brigada de Minas e Explosivos da PSP, estão a investigar este acidente. Uma fonte próxima da empresa adiantou que irá accionar o seguro para estes casos.
Este foi o segundo acidente mortal com explosivos registado nas pedreiras do concelho de Vila Pouca de Aguiar. Há cerca de um ano, um operário morreu numa pedreira de Pedras Salgadas.
O corpo de Cláudio Vilela foi levado para o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes, em Vila Real, onde, ainda hoje, deve ser autopsiado. Ao que apurámos, o funeral deve realizar-se amanhã em S. Tomé do Castelo.
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=274020&idCanal=10