SEF deixa escapar iraquiano Dias antes de o alerta terrorista chegar a Portugal, um iraquiano ilegal fugiu ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) no Algarve. Tinha sido detido numa operação da PSP e, ao que o CM apurou, a investigação estava em marcha quando escapou do Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Faro.O director local do SEF diz que o suspeito “já não estará em Portugal, mas certo é que “ainda não foi detectado”.
A verdadeira identidade deste iraquiano ainda não será conhecida. Interrogado por um magistrado do Ministério Público no Tribunal de Faro, ficou decidido que o imigrante ilegal aguardaria pelo desenrolar da investigação no centro temporário e só depois de despistada a sua fotografia e cruzados os elementos recolhidos com os vários serviços de informação seria ou não deportado para o seu país.
O suspeito tinha sido interceptado nas ruas de Faro e, ao que apurou o nosso jornal, não tinha documentos. Não se sabe há quanto tempo estaria em Portugal, mas pouco depois de ter entrado no Aeroporto de Faro o iraquiano saltou um muro e pôs-se em fuga. Continua a monte.
José Van Der Kellen, responsável máximo pelo SEF no Algarve, reconheceu ontem ao CM que o suspeito “ainda não foi detectado” mas, em relação à ameaça de ataque terrorista a um de quatro países europeus por estes dias, entre eles Portugal, descarta que exista “qualquer relação com o caso”.
A PJ continua a trabalhar com os serviços de informação na procura de potenciais terroristas. A investigação assenta na vigilância a elementos ligados ao radicalismo islâmico e que já estão referenciados pela PJ ao mesmo que são aguardadas de Espanha informações extraídas a 14 detidos pela Guardia Civil. Guardavam contactos em Portugal e a maioria já teria passado pelo nosso país.
"TOLERANTES E PACÍFICOS"Dez dos 14 detidos em Espanha no fim-de-semana terão passado por Portugal em Maio, integrados numa excursão da comunidade islâmica Tabligh Jamat, mas os membros deste movimento em Lisboa defenderam-se ontem como “tolerantes e pacíficos, não radicais”. Quanto ao presidente da Associação Luso-Paquistanesa, Muhamed Yassin, definiu os dois mil paquistaneses em Portugal como “extremamente trabalhadores”. E duvida de que vivam no nosso país “paquistaneses ligados à al-Qaeda ou a grupos fundamentalistas islâmicos”.
PSP EXPLODE BOMBA SIMULADA NO METROEra uma bomba simulada: diverso material de gravação vídeo, ligado com fios a uma caixa de CD, e na ponta dos fios, maçapão a simular explosivos. Foi isto que a PSP encontrou dentro de uma mochila vermelha, coberta com um lenço árabe, que ontem foi detonada por uma equipa de inactivação de explosivos no interior de uma carruagem na estação de Metro de Telheiras, Lisboa. A Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB) da PJ, responsável pela investigação, acredita que se tratou de uma “brincadeira pensada para lançar o alarme”.
O alerta foi dado à PSP por um funcionário do Metropolitano. Eram 10h27, quando um agente da Divisão CP/Metro foi alertado para um artefacto estranho no interior de uma carruagem.
De imediato foi activado um plano de emergência. Rita Frias, uma estudante de 18 anos, foi evacuada da estação de Telheiras. “Antes de sair, vi funcionários do Metro a verem debaixo dos bancos”, recordou.
Uma equipa do Centro de Inactivação de Explosivos e Segurança em Subsolo da PSP lançou de imediato mãos à obra. Por ordem policial, a Linha Verde do Metro foi encerrada pelas 11h40.
Cá fora, agentes asseguravam um perímetro de segurança, enquanto bombeiros e INEM se mantinham de prevenção. A primeira detonação da mochila aconteceu pelas 13h35 e a segunda pelas 14h05. A PJ recolheu os vestígios da detonação, que serão analisados pelo Laboratório de Polícia Científica. A DCCB fica encarregue de analisar as cassetes do sistema de videovigilância do Metro.
PJ ADMITE 'APOIO LOGÍSTICO'O director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, disse ontem ser “plausível” que Portugal seja “local de apoio logístico” para terroristas. Em declarações ao ‘Diário Económico’, considerou “remota” a possibilidade de um atentado no nosso país.
COMO DESARMAR UMA BOMBA- São seis os passos que as polícias seguem.
1. Delimitação da áreaAs forças de segurança começam por delimitar um perímetro de segurança ao redor da bomba.
2. Cães treinadosTanto a PSP como a GNR treinam cães especializados em farejar e detectar a existência de explosivos.
- Aproximação cautelosa
A experiência dos agentes de inactivação permite, por vezes, efectuar aproximações cautelosas para análise do tipo de bomba.
- Robô
A PSP e a GNR dispõem de robôs todo-o-terreno equipados com braços mecânicos e câmaras de vídeo. O robô é comandado à distância.
3. Preparar explosãoAvaliada a natureza da ameaça, a polícia prepara a detonação.
4. Detonação controladaProcede-se à detonação controlada do engenho.
5. Recolhe vestígiosOs vestígios da bomba detonada são recolhidos e entregues no Laboratório de Polícia Científica.
6. Perímetro levantadoFinda a recolha de vestígios, as equipas de inactivação levantam as barreiras de segurança montadas.
NOTASLENÇO IGUAL AO 'KAFFYEH' DE ARAFAT
O lenço árabe que cobria a mochila detonada ontem no Metro de Telheiras, em Lisboa, é um ‘kaffyeh’. Yasser Arafat, ex-líder palestiniano, fez deste adereço a sua imagem de marca
LINHA VERDE ENCERRADACRONOLOGIA
10H37- Encerramento da estação de Telheiras e troço até ao Campo Grande
11h40- Fecho de toda a linha verde
14h41- reabre circulação entre Cais do Sodré e Alvalade
14h50- Reabre estação do Campo Grande
14h56- Toda a Linha Verde em Funcionamento
Ana Luísa Nascimento/ Henrique Machado / João Mira Godinho / Miguel Curado/Eduardo Dâmaso
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