Directores das polícias com avaliações diferentes: Responsável pela judiciária garante que não há bases terroristas em Portugal. Polícia espanhol diz que hipótese não é de excluir.
Os directores das polícias portuguesa e espanhola fazem avaliações diferentes quanto à presença da ETA em Portugal: o responsável da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, garante que não há bases etarras no nosso País. Já Mesquida Ferrando, director-geral da Guarda Civil espanhola, diz que esta hipótese não é de excluir.
Este foi o dado mais relevante da conferência de imprensa conjunta dos dois responsáveis que estiveram reunidos para agilizar entre os dois países o combate ao terrorismo da ETA. Um encontro que surgiu após a descoberta em Ayamonte de um carro com matrícula portuguesa com 130 quilos de explosivos. O veículo foi alugado em Portugal e tinha como destino Espanha.
Na conferência de imprensa realizada esta terça-feira, ambos os responsáveis enfatizaram a necessidade de articulação entre os dois países. Questionado pelos jornalistas sobre a presença da ETA em Portugal, Mesquida Ferrando excluiu a hipótese de os etarras estarem a preparar atentados no nosso País, mas não fez o mesmo em relação à utilização de Portugal como base de recuo e apoio logístico à organização separatista basca: "Há indícios que nos fazem não descartar essa hipótese", declarou.
Por sua vez, Alípio Ribeiro procurou desdramatizar a questão: "Não é caso para pânico, é caso para estarmos atentos", disse o director nacional da PJ, salientando que os mecanismos de colaboração com as autoridades espanholas serão melhorados e a troca de informações intensificada.
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